Palavras acumuladas: reprodutível, confucionismo, cerne, poeta, boêmio e frieza.

 

Se outrora proclamei confucionismos, qual profeta
Perdoai, agora que compreendo o darwinismo dos poetas
Que, disfarçados de boêmios, buscam a espontaneidade do mundo reprodutível
Como o fotógrafo que esconde a câmera, evitando o pitoresco, esperando o natural
Na frieza da linha evolutiva, não quis ser homo sapiens, foi hétero
Forçou o cerne: pensou diferente.




Cética desde a mais remota reminiscência 
Temo mais que a morte, a segunda morte:
Todo vestígio da memória extinto
Não a que levo comigo
Mas a que levam consigo sobre mim;
Aquela que me diz respeito.

Equivocada, pensei que levar meu nome à posteridade
Seria guardar-me na eternidade
Mas como pude confundir meu nome com o que sou,
Se sequer estas palavras que me saltam
Dizem algo sobre mim?

Meu cérebro incrédulo não teme às geenas dogmáticas
Mas padece dobrado
O submundo emergiu à superfície
Lúcifer somos todos nós.
 



O dilúvio dos dramáticos umidece meus ideários
e o pão que é corpo se desmancha sobre a mesa.
De sobremesa, como os dedos e os escapulários
e alento a minha fome na geena dos beatos.
Correm nas bocas e becos boatos de que fui pra lá;
rezem mais terços, pois meus quartos se aconchegaram no limbo:
quem tem medo de fechar o livro de Nicéia
jamais descobrirá como aqui é lindo.